Unifap é a primeira instituição do Norte do país a implantar o novo método.Pesquisadores e alunos estudarão em minilaboratório

Um estudo com peixes feito por pesquisadores e alunos da Universidade Federal do Amapá (Unifap) pode resultar em medicamentos para doenças inflamatórias e drogas relacionadas à depressão e ansiedade. A matéria prima é o “peixe paulistinha (Danio rerio)”, espécie de origem asiática e muito comum em aquários.

Brachydanio rerio

Brachydanio rerio. (Créditos Marrabbio2/Wikimedia)

Um mini laboratório chamado de “Plataforma Zebrafish” foi implantado pela Rede Amazônica de Pesquisa em Biofármacos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e teve investimento de R$ 800 mil. O projeto foi inaugurado no dia 18, no campus Marco Zero da universidade. Segundo o coordenador da pesquisa, Carlos Tavares, a Unifap é a primeira instituição do Norte do país a implantar esse método, que possibilitará pesquisar novos mecanismo de algumas doenças e a descoberta de medicamentos.

“A zebrafish é considerada uma ferramenta promissora para analisar candidatos a medicamentos. Esse tipo de peixe é utilizado devido a sua grande aproximação com o ser humano, em termos genéticos, na qual podemos induzir certas doenças humanas, justamente para estudar novos medicamentos e novos mecanismos de doenças“, disse o professor e doutor.

O laboratório possui vários aquários individuais para a criação da espécie. As patologias estudadas são provocadas com a injeção de determinadas substâncias no organismo do peixe para gerar, por exemplo, um quadro inflamatório.

“Nós trabalhamos principalmente com doenças inflamatórias, e também com doenças como a depressão e ansiedade. Além disso estamos pesquisando alguns tipos de câncer, como o de estômago e ovário”, explicou o coordenador.

De acordo com Carlos Tavares, todos os peixes são certificados e vêm do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, e custam em média R$ 4, cada. O método é considerado uma forma alternativa de linha de pesquisa.

Estudo com peixe paulistinha

Estudo com peixe paulistinha. (Foto: ilustração | Ana Megda/Editora Globo)

“O zebrafish tem um metabolismo acelerado em comparação aos roedores. É uma forma de nós evitarmos outros animais como cachorros e ratos. São métodos alternativos para novas pesquisas”, complementou.

Pesquisadores das áreas de ciência da saúde e cerca de 18 alunos da graduação, mestrado e doutorado da Unifap participam do projeto. “A pesquisa também envolve alunos da graduação ao doutorado. Já houve até uma dissertação de mestrado, sobre câncer no cérebro, a respeito dessa linha de pesquisa“, contou Tavares.

No Amapá, foram investidos cerca de R$ 800 mil para implantação da plataforma, compra de equipamentos e expansão das linhas de pesquisas, informou a coordenação do projeto. Além da Unifap, outras 3 universidades do Norte serão beneficiadas.

Envolve recursos para 4 instituições: Universidade Federal do Amapá, as federais do Acre, Amazonas e Pará. É um recurso na faixa de R$ 1 milhão e 200 mil. Para o Amapá, o recurso foi em torno de R$ 800 mil, envolvendo a coordenação da rede e compra de equipamentos“, ressaltou o coordenador.

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Fonte: G1 –  No AP, pesquisa com peixes ajudará na criação de medicamentos