Amphiprion ocellaris (Peixe Palhaço) na mão
Introdução
[toc wrapping=”left”] Quem não se sente fascinado ao ver os “Peixes Palhaço” nadando entre os tentáculos  de uma anêmona do mar? Muito antes do lançamento do filme “Procurando Nemo”, os “clownfish” ou “anemonefish” (como são conhecidos em inglês),  já exerciam uma popularidade indiscutível entre os fotógrafos e documentaristas subaquáticos, que se encantam com a graciosidade do seu jeito de nadar e as cores vivas do seu corpo, que variam do laranja, vermelho, preto, amarelo e rosa.
Em sua maioria esses peixes possuem listras ou máculas contornadas, cuja forma lembra a cara pintada de um palhaço, e que motivaram o seu nome. Com a exibição do filme da Disney/Pixar os peixes palhaço tornaram-se ainda mais populares junto ao grande público. Também, sob o ponto de vista comercial, eles são considerados os peixes ornamentais marinhos mais importantes, tanto no aspecto extrativo, como no aspecto de criação, visto que superam a demanda de mercado de todos os peixes marinhos ornamentais do mundo.
Peixe nemo
Procurando Nemo conta a história de Marlin, um peixe-palhaço que durante o ataque de uma barracuda perde sua esposa, Coral, e todos os ovinhos deles prestes a nascer, à exceção de um: Nemo. Com medo de perder seu único filho sobrevivente, Marlin torna-se um pai super-protetor e preocupado com a habilidade para nadar de Nemo, visto que a nadadeira direita dele é menor que a outra – sequela do ataque da barracuda.

  Abaixo uma imagem dos peixes na vida real

Procurando nemo peixes reais - Fish in a boxContribuição da loja Fish In a Box

Amphiprion ocellaris (Peixe Palhaço)

Nesse artigo conheceremos alguns dos aspectos da biologia comportamental dos peixes palhaço, sua relação com as anêmonas, manutenção em aquários e principalmente as possibilidades  de criação comercial desses que são, sem dúvida, os ornamentais mais conhecidos do mundo. O estudo nunca é demais!

Cuidados com peixe palhaço

Informações e parâmetros
Nome popular: Peixes Palhaço, Peixe Nemo, clownfish, anemonefish
Nome científico: Amphiprion ocellaris
Família: Pomacentridae
Subfamília: Amphiprioninae
Variação de Cores: Laranja, vermelho, preto, amarelo e Rosa
Comportamento: Pacifico
pH: 8.1 – 8.4
Temperatura: 21 – 28˚C 
Tamanho adulto: 11cm
Tempo de Vida: 6 a 10 anos.
Dificuldade: Fácil
Tamanho do Aquário: 50L no mínimo

“Quem mora longe do oceano também pode manter peixes palhaços criados com água do mar sintética, embora a quantidade e qualidade da água devam ser um critério de viabilidade a ser avaliado antes da montagem de uma criação comercial.”

Distribuição Geográfica

Os peixes palhaço, de uma forma geral, são nativos dos Oceanos Índico e Pacífico, sendo encontrados em grande parte do sudeste asiático, Austrália e em ilhas ao sul do Japão. A diferenciação na ocorrência biogeográfica se deu na espécie A. ocellaris, primeiramente por coletas feitas nas Ilhas de Sumatra, Indonésia, enquanto A. percula foram coletados na Nova Inglaterra e parte de Papua Nova Guinea (ALLEN, 1997).

Distribuição Geográfica peixe palhaçoImagem: Aquamaps

Na natureza os peixes palhaço podem ser encontrados em mares tropicais de baixa profundidade e temperaturas amenas, variando de 25 a 28°C. Habitam os oceanos Indo-pacífico, mais especificamente as regiões da costa leste da África, Ilhas Comoro, Madagascar, Mar Vermelho, Ilhas Seychelles, Mauricios, Maudivas, Golfo Pérsico, Índia e Sri Lanka, todo o complexo de ilhas da Indonésia, Mar da China, Taiwan, Filipinas, Ilhas Marianas e Salomão, Fiji, Tahiti e toda a Micronésia, Melanésia, Polinésia, além de grande arte da Austrália.

Alimentação

Formula de ração para peixe Alimentação no ambiente natural é composta basicamente de pequenos crustáceos copépodos, larvas de tunicados e algas. Entretanto, em cativeiro não fazem questão de uma alimentação rígida, aceitando bem alimentos industrializados para peixes ornamentais marinhos e patês à base de pescado.  No mínimo três vezes ao dia com intervalos de 4 horas tem mostrado resultados satisfatórios e condições de se desenvolverem de forma saudável com grandes possibilidades de desovas regulares.

– Proposta de formulação de ração para peixe palhaço (A. ocellaris), em fase experimental, usada por Alberto O. Lima. (Mais detalhes na tabela.)

Características anatômicas

Os gêneros Amphiprion e Premnas são morfologicamente similares, sendo peixes pequenos, com dimensões variando de 5 a 16 cm de comprimento. O corpo, de uma forma geral, é ligeiramente robusto com um perfil ovalado, apresentando escamas ctenóides e boca protrátil, com dentes diminutos. Possui apenas uma nadadeira dorsal alongada, que se estende por toda a região dorsal do corpo. Em alguns, essa nadadeira é alongada até o pedúnculo caudal. As nadadeiras peitorais, ventrais e caudal têm formato arredondado, podendo ser semitransparente ou contornadas por bordas escuras.

Anatomia básica do peixe palhaçoAnatomia básica do peixe palhaço, mostrando os principais aspectos de sua estrutura corpórea, adaptado Waikiki Aquarium.

Complexos de espécies

São usados para separar mais detalhadamente os peixes palhaço entre as espécies que compartilham traços similares. Seis complexos são reconhecidos (Tabela). O “Complexo Percula” é compreendido de somente duas espécies (A. ocellaris e A. percula).

Compartilhamento de similaridades morfológicas entre peixes palhaço Compartilhamento de similaridades morfológicas entre peixes palhaço com maior ou menor grau de parentesco. Os agrupamentos são empíricos e podem não gerar indivíduos híbridos

Amphiprion ocellaris x Amphiprion percula

A espécie Amphiprion ocellaris (CUVIER, 1830) é a mais conhecida dos aquaristas e comumente chamada de falso percula, por apresentar semelhanças anatômicas à espécie Amphiprion percula (LACEPÈDE, 1802), considerada o palhaço verdadeiro. Estes peixes apresentam, em alguma fase da vida, similaridades de cores, confundindo os criadores e pesquisadores. Contudo, a principal característica diagnóstica na anatomia de A. ocellaris é feita pela presença de 11 raios de espinhos na nadadeira dorsal (raramente 10 raios), ao passo que na espécie A. percula possui 10 raios na nadadeira dorsal (raramente 9 raios) (ALLEN, 1997).
Portanto, é muito importante que o criador de peixes palhaço fique atento para, quando adquirir indivíduos juvenis de procedência distintas, não misturar os lotes, de forma que a diferenciação entre Amphiprion ocellaris e A. percula, seja percebida no decorrer do amadurecimento. Só assim ele pode juntar os casais de maneira compatível com cada espécie.

Essas têm como similaridade três faixas brancas verticais com cores de fundo variáveis em tons de laranja ao preto (imagem abaixo).

Características anatômicas das espécies adultas: peixe palhaço verdadeiro (Amphiprion percula) à esquerda, e do falso percula (A. ocellaris) à direita. Foto: FishbaseCaracterísticas anatômicas das espécies adultas: peixe palhaço
verdadeiro (Amphiprion percula) à esquerda, e do falso percula (A. ocellaris)à direita. Foto: Fishbase

Variedades

Existem outros “complexos de espécies”, como podem ser vistos resumidamente na tabela, onde grupos morfologicamente próximos podem cruzar-se e gerar indivíduos híbridos. Estes cruzamentos são induzidos por criadores com o objetivo de gerar novos padrões de cores. As fotos abaixo mostram alguns padrões de coloridos melhorados geneticamente.

Fruto da genética do peixe palhaço Fruto da genética de melhoramento mundo afora.

Amphiprion ocellaris (Peixe Palhaço) variedades

Variedades de peixe palhaçoContribuição da loja Fish In a Box

A ORA (www.orafarm.com) nos Estados Unidos vem trabalhando com estas novas raças de peixes palhaço há 10 anos e o mercado tem aceitado bem estes variantes devido aos padrões peculiares de cores, alguns apelidados de Picassos Platinium, em homenagem ao pintor espanhol Pablo Picasso. Peixes ornamentais marinhos produzidos em sistemas de aquicultura têm mostrado que a aquicultura como atividade produtiva pode dar contribuições ao meio ambiente, uma vez que peixes selvagens não são mais capturados no ambiente natural e a ORA tem tirado proveito disso em seu marketing institucional.

Antecedentes Bio-Ecológicos

Os peixes palhaço pertencem à Família Pomacentridae, subfamília Amphiprioninae, muito embora sejam todos considerados como Damselfishes (peixes donzelas) (FISHBASE,2004).  São também denominados como Anemonefishes (peixes de anêmonas) pela sua estreita relação de simbiose com as anêmonas do mar .

Dimorfismo sexual

Os peixes palhaço apresentam características sexuais hermafroditas protândricas, ou seja, as gônadas funcionam primeiramente como masculinas (VAZZOLER, 1996). A subfamília apresenta ainda complexos taxonômicos nos grupos, onde existem 29 espécies, sendo 28 pertencentes ao Gênero Amphiprion e uma espécie ao Gênero Premnas (P. biaculatus), (WILKERSON, 2003). Do ponto de vista de criação, praticamente todas as espécies de peixes palhaço podem ser reproduzidas em cativeiro, muito embora somente algumas sejam exploradas comercialmente devido à alta demanda por parte dos aquaristas.

Quantas fêmeas são possíveis encontrar em uma colônia de palhaços? Acertou quem disse “Apenas um“! Apesar de nascerem hermafroditas, cada colonia tem uma fêmea só. Aquamagazine #14

Reprodução

A agressividade é um dos fatores que condicionam a mudança de sexo entre os peixes palhaço. Somente os peixes mais agressivos completam a troca de sexo quando estão em grandes grupos. O processo de “hierarquização” da dominância sexual se dá, por exemplo, com os indivíduos sempre maiores e definidos sexualmente como fêmea. Essa fêmea, então, mantém o controle do grupo, impedindo que qualquer outro peixe daquele grupo se atreva a disputar espaço ou alimento com ela.

Peixe palhaço ovos

Em ambiente de criação os criadores utilizam os casais de peixes palhaço que se segregam naturalmente para formação de plantéis. Portanto, os criadores que estão preparando plantéis para formação de casais, devem ficar atentos ao crescimento diferenciado das fêmeas, sempre maior que os machos. No momento da separação destes, vale o cuidado para não incluir um indivíduo do qual ela não tenha escolhido como o parceiro para formação do casal. Geralmente o indivíduo macho escolhido pela fêmea “alfa” é muito parecido em termos de tamanho com os outros indivíduos do grupo.

 Vídeo sobre sua reprodução.

A própria agressividade da fêmea manifesta-se em machos menores e hermafroditas protândricos, ou seja, indivíduos que possuem gônadas que atuam como ovários e/ou como testículos, sendo essas gônadas primeiramente funcionais como machos. O macho maior do grupo inibe o amadurecimento sexual dos outros pré-adultos, mantendo estes em um estado de intersexualidade. Se porventura a fêmea alfa ou líder “ativa” desaparecer, o macho maior do grupo completa sua inversão sexual, passando a produzir somente ovócitos e se tornando fêmea por definitivo. Esses fenômenos não acontecem em criações comerciais, uma vez que o criador atento a esse comportamento procura separar o casal que segregou-se naturalmente. É importante que os casais que vão se formar estejam em maturação em um único tanque que tenha vasos de cerâmica ou canos plásticos, de forma que sirvam de abrigos para, no momento da segregação, serem separados mais facilmente.

Peixe palhaço ovos em vasoA imagem mostra um vaso de cerâmica que pode servir de abrigo para casais formados.

Quando ocorre a primeira desova nos vasos ou abrigos, os ovos devem permanecer por 5 dias com os pais. Depois deste período devem ser separados em outro aquário contendo aeração constante e microalgas marinhas da espécie Nannochloropis oculata, objetivando manter a boa qualidade da água.
A eclosão ocorre à noite, após o sétimo ou oitavo dia da postura. Nesse intervalo, devem ser adicionados rotíferos marinhos da espécie Brachionus plicatilis, quer irão se alimentar destas microalgas, que por consequência alimentarão as larvas de peixes palhaços. Os rotíferos podem ser adquiridos na forma de ovos secos em empresas especializadas.

Peixe palhaço desova

Filhotes de Peixe Palhaço.Filhotes de Peixe Palhaço.

Após 10 dias de alimentação à base de rotíferos, adiciona-se gradativamente artemia recém-eclodida com rotíferos. O protocolo nutricional até a substituição da artemia pela ração de “desmame” pode levar aproximadamente 30 dias. A dieta inerte e de desmame deve ser administrada na forma de pó fino ou na forma líquida. Rações de desmame são também comercializadas por empresas especializadas.

Relação com as Anêmonas

Os palhaços são peixes mal nadadores e no ambiente natural necessitam da proteção de algumas anêmonas do mar, sem as quais estariam vulneráveis ao ataque de predadores maiores. A complexa relação dos peixes palhaço com a anêmona envolve um nível de discussão que vai além dos propósitos deste artigo. Sabe-se que muitos peixes palhaço produzem um muco que protege seu corpo dos tentáculos urticantes da anêmona-do-mar. Em ambiente de aquários de recifes é comum eles fazerem simbiose com anêmonas do mar, como foi visto na figura 1. Entretanto, em larvicultura comercial, não é necessário o uso de anêmonas, uma vez que os peixes podem ser mantidos juntos ou separadamente.

Relação dos peixes palhaços com as Anêmonas
Criação Comercial

Para iniciar uma criação comercial, os exemplares devem ser adquiridos de aquaristas que já possuem casais formados e maduros, ou de criadores comerciais (quando juvenis). Grande parte dos peixes encontrados no Brasil são importados dos Estados Unidos, onde a espécie não é nativa, mas já é explorada em larga escala em fazendas de criação.
Uma vez montado o sistema de acondicionamento e filtragem, a primeira necessidade básica para quem pretende montar um cultivo de peixes ornamentais marinhos é adquirir os reprodutores. Podem também ser adquiridos em cultivos particulares dentro e/ou fora do Brasil.

Os peixes comprados de importadores, cuja origem dos espécimes tenham sido de coletas extrativas, podem apresentar problemas na reprodução devido ao intenso estresse que passaram com produtos químicos usados nas coletas. Outro requisito, além da qualidade da água, é a disponibilidade de formação de plantéis adquiridos de diversas fontes. Geralmente aquaristas marinhos têm bons casais desovando há anos e estão disponíveis a “leiloar” seus peixes quando estes são bem pagos. O investimento em casais formado é estratégico, pois estes têm uma vida longa (mais de 10 anos) e desovarão constantemente se bem alimentados.
Contudo, a melhor maneira de formar plantéis é pela aquisição de indivíduos juvenis que, em torno de um ano, já têm idade para começar o processo de desova. Ressalta-se que indivíduos oriundos de aqüicultura são mais indicados por serem ecologicamente corretos e comercialmente viáveis por já apresentarem adaptação mais fácil ao manejo.

Criação Comercial de peixes palhaços

Povoamento e acondicionamento dos peixes na bateria de criação: Em cada aquário deverá ser colocado um par de peixes palhaço juvenis, que atinge a maturidade em torno de um ano ou já adquiridos maduros. O povoamento dos peixes será de forma gradativa, visando manter o equilíbrio eletrolítico como medida preventiva ao choque termoquímico, ou seja, evitar diferenças bruscas na temperatura e química da água.

Em cada aquário são colocados vasos de argila ou tubos de PVC de 50 mm de diâmetro, onde serão introduzidos nos tanques, criando um ambiente propício para a segregação sexual dos casais, bem como área de refúgio para estes. Peixes palhaço costumam se refugiar em seus abrigos quando são criados em ambiente com grande movimentação externa de pessoas circulando.

A criação de peixes palhaço no Brasil

Pode-se dizer que o cultivo de peixes ornamentais marinhos, efetivamente, teve início no Brasil em 1984, quando o biólogo marinho Alceu Roberto Cataldo de Castro, retornando de uma pós-graduação nos Estados Unidos, trouxe consigo alguns exemplares de peixes ornamentais.
O peixe palhaço foi escolhido por não ser originário do Oceano Atlântico e por ser um peixe de reprodução relativamente fácil. Alceu acreditava que não era vantajoso criar peixes nativos do Brasil naquela época, ainda subexplotados, já que estes, por serem provenientes do extrativismo, não apresentavam demanda de mercado tão alta quanto àqueles que teriam de ser importados.

Montou sua criação na Ilha de Itaparica, na Bahia, com basicamente três espécies de peixes palhaço (Amphiprion ocellaris, A. frenatus e A. ephippium). Durante anos, Alceu ostentou o título de único biólogo brasileiro a conseguir reproduzir um peixe marinho com sucesso. Seus peixes abasteceram diversas lojas em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Na década de 90 o biólogo faleceu. Parte de sua criação foi desfeita e as matrizes foram vendidas para diversos lojistas. Curiosamente ainda hoje existem criadores que possuem exemplares de peixes criados pelo Alceu em São Paulo e Bahia.
Atualmente existem alguns estados que vêm aprimorando o desenvolvimento de tecnologia de criação do peixe palhaço, todos eles em hatcheries particulares na Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Contudo, as universidades públicas do país ainda não demonstraram interesse em pesquisar a biologia comportamental e métodos de reprodução de peixes marinhos ornamentais, sejam eles exóticos ou nativos, salvo universidades particulares no Sul do Brasil, que vêm demonstrando um relativo interesse por meio de alguns poucos pesquisadores.

Requisitos básicos para montagem de um sistema de criação: Normalmente para montagem de um sistema fechado de circulação para peixes marinhos pode se usar algumas baterias de aquários de aproximadamente 20 litros, interligadas a um Sump de 200 litros. A bateria deverá ter uma circulação contínua por meio de uma bomba submersa com vazão aproximadamente de 4000 litros/hora no mínimo.

Requisitos básicos para montagem de um sistema de criação de peixe palhaçoEsquema com bateria de aquários para acondicionamento de reprodutores de peixes palhaço com reciculação contínua (Adaptado de Wittenrich, 2007)

Pode-se optar por iluminação artificial ou fotoperíodo natural. A água dos tanques poderá ser natural, desde que seja previamente filtrada e esterilizada ou preparada com sal sintético e mantida a uma salinidade de 30%. Quando constatada uma elevação por diferença de densidade da água, esta deverá ser reposta com bicarbonato de magnésio e bicarbonato de cálcio (conforme especificação dos fabricantes), dissolvido em água doce desclorada e deionizada, na concentração aproximadamente 1280-1320 mg/L e 400-410 mg/L (ppm), respectivamente, mantendo uma relação de Mg:Ca de 3.25:L. A qualidade da água deve ser monitorada uma vez por semana, conforme os kits de testes utilizados, normalmente:  PH, condutividade, alcalinidade, Amônia e Nitrito NO2 . A temperatura pode variar em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, portanto, este sistema deverá ser mantido em 28˚C por meio de aquecedor acoplado a um termostato.
O sistema de filtração deve estar conectado a uma central de recirculação composta por filtração física (remoção de sólidos em suspensão), e esterilização por ultravioleta (UV- 30W); filtração química (Protein Skimmer para separação de espuma, acoplado à matrizes de carvão ativado) e um filtro biológico (composto de matrizes de bio-ball e outras mídias biólogicas para nitrificação e desnitrificação de compostos nitrogenados).

Quem mora longe do oceano também pode manter peixes palhaços criados com água do mar sintética, embora a quantidade e qualidade da água devam ser um critério de viabilidade a ser avaliado antes da montagem de uma criação comercial. Todos estes equipamentos, reagentes e sais sintéticos podem ser encontrados em lojas especializadas e o sistema, uma vez montado, deverá ficar maturando antes do povoamento conforme especificação técnica de cada produto ou equipamento.

Extração de lipídios e determinação de AGE em tecido muscular de peixes palhaço.Extração de lipídios e determinação de AGE em tecido muscular de peixes palhaço.

Filhotes de peixes palhaços

Amphiprion ocellaris - Peixe Palhaço

Amphiprion ocellaris - Peixe Palhaço

Texto Extraído do Artigo Original de Autoria do Biólogo Alberto O. Lima,

[box type=”success” ]O autor Alberto Oliveira Lima, é Biólogo pela faculdade UFBA e está Doutorando em Ciência Animal nos Trópicos. Faça como ele e Colabore conosco ou ajude aperfeiçoar esse material. Utilize o campo de comentários para tirar dúvidas e interagir sobre esse assunto. Publicado na Revista Panorama da Aquicutura, edição de Agosto de 2010. Adaptado por André Albuquerque. Referências: Fishbase[/box]