Aconteceu no dia 29 a 31 de Agosto um evento em Alagoas para abrilhantar mais o Aquarismo Alagoano, foi o V Seminário Alagoano de Piscicultura e VI Seminário Alagoano de Maricultura, e a A3 não poderia ficar fora desse grande acontecimento.  (No final de post você pode fazer o download da palestra)
Fizeram presentes diversos palestrantes nacionais e internacionais, com empresas relacionadas, além de trabalhos científicos expostos em banners.

Fomos no dia 31 de Agosto e vimos à palestra sobre Piscicultura Ornamental com o Mestre em biologia Alberto Oliveira Lima, que está Doutorando em Ciência Animal nos Trópicos. A palestra mostrou como ainda é pouco explorada a piscicultura ornamental no Brasil e principalmente no nordeste, e como pode desenvolver bastante devido ao clima tropical extremamente favorável, além de outras características como os recursos hídricos abundantes, mostrou também como pode ser bastante lucrativo o mercado do Aquarismo.

Ainda são poucos que no Brasil se aventuram no cultivo de peixes ornamentais, ocupando apenas a 17º colocação! (2º na América do Sul), indo ao contrário do que muitos pensam, onde as maiorias das criações ainda apresentam criações artesanais. Sendo a Indonésia, Tailândia, Sri Lanka e Filipinas os maiores exportadores de peixes ornamentais, com diversas fazendas dedicadas apenas a piscicultura ornamental, movimentando mais de U$ 200 milhões por ano.

A Piscicultura Ornamental no Brasil apareceu por volta da década de 30 e se expandiu na década de 50, sendo a descoberta do Cardinal (Peixe Neon) o que abriu as portas para a exportação. No Brasil a maior parte da exportação (1,2% na exportação nos produtos pesqueiros) ainda são representadas por espécies oriundas do extrativismo, sendo 22,5 milhões de peixes exportados em 2007 (IBAMA, 2007).

Com relação aos peixes capturados x criados, onde a maioria dos peixes são capturados por apresentarem menor custo do que a sua reprodução em cativeiro e não pela dificuldade apresentada como muitos acreditam como é o caso do Cardinal, outro dado importante que também se aplica ao Peixe Neon, é com relação a sua extinção como de outros, que esta mais ligada ao desmatamento dos seus habitantes do que com sua pesca.

Os peixes mais exportados pelo Amazonas são: Paracherodom axelrodi (Peixe Neon) Petitella georgiae (Rodóstomos) Corydora agassiz (Coridora agassiz).

 

Também mostrou como simples criações e pesca praticamente artesanal, dão retorno financeiro, onde na baia de Todos os Santos (Bahia) mais de 100 famílias são mantidas por pescadores ornamentais.
Outro ponto importante foi com relação à piscicultura ornamental marinha que ainda é pouco explorada não só no Brasil como no mundo inteiro, mas que já existem alguns países que vem dominando essa técnica como é o caso de Taiwan que já consegue reproduzir o Blue tang, peixe de grande procura e alto valor comercial.

Uma curiosidade que vale ser comentada é com relação ao Reino Unido, que além de apresentar o 2º maior mercado do mundo, movimentando cerca de U$31 milhões por ano, metade da sua população tem bichos de estimação, sendo 18 milhões de família criam Goldfish (Peixe Japonês) como Pet, e o mais curioso é que o número de ornamentais mantidos como pet excede e muito o número de cães e gatos.

Outros países também valem ser lembrados como Singapura, que apresenta a maior exportação de ornamentais ocupando esse rank há 10 anos, já os Estados Unidos que tem o maior mercado consumidor no mundo, possui 356 fazendas dedicadas exclusivamente à piscicultura ornamental, gerando uma receita de U$ 51 milhões com destaque para o Estado da Floria que representa 64% desse montante.
A Espanha é o segundo em exportação de ornamentais, sendo 96% de marinhos, movimentando U$ 27 milhões.
A Itália possui a quarta colocação em manutenção de pet na Europa, tendo um crescimento de gastos de U$45 milhões para U$86 milhões em aquários e acessórios, outro destaque fica para a Alemanha, que além de ser o quarto maior importador do mundo, movimentando U$ 25 milhões, tem tradição desde os anos de 70, e em 2000 já possuíam três milhões de aquaristas, imagina hoje, tendo interesse não puramente ornamental como também científico, sendo o maior do mundo em publicação, tendo mais de 40 títulos editorais específicos na aquariofilia.

Também foi citada a oportunidade ligada a piscicultura ornamental, que é a nova febre entre os aquaristas, o Aquário Plantado, sendo uma grande oportunidade de negócios.
Foram mostrados alguns aquários do Takashi Amano, e lembrados sobre os concursos no mundo como o IAPLC e AGA , e os Nacionais o CPA e CBAP. Fora os diversos encontros/palestras nacionais e regionais como o Encontro de Aquarismo Bauru (EAB), Encontro de Aquaristas de Londrina (Aqualon), e o nosso, o EAA – Encontro de Aquarismo de Alagoano que vai pra sua 3º edição em novembro deste ano.

“A aquicultura ornamental é uma atividade de importância econômica uma vez que pode ser conduzida em regime familiar, gerando renda e servindo como opção para manter a população rural no campo.O setor público brasileiro precisa buscar mais informação para que possa instituir políticas que estimulem o desenvolvimento da atividade de maneira sustentável, sob os aspectos econômico, social e ambiental. O setor privado também deveria buscar informações que possibilitassem investimentos na cadeia produtiva, o que ajudaria a fortalecer a produção de peixes ornamentais no território nacional.”  – RENATO, Cardoso 2011

 Apresentação da Palestra sobre Aquicultura Ornamental

A equipe AquaA3 agradece a disponibilidade do Sebrae Alagoas em nos receber, e a gentileza do Biólogo Alberto Oliveira Lima que nos cedeu o arquivo da apresentação e ainda teve um tempinho para um ótimo papo.