O mundo evoluiu e o aquarismo também, não existe mais desculpas para utilizar o aquário redondo com Kinguio.
Um pequeno recipiente de vidro é um bom lugar para seu peixe? Não é!
Estudos arqueológicos também indicam que em casas mais abastadas no império romano havia vasos de vidro para acomodar peixes, isto com intuito estético. Na Grécia, Aristóteles descreveu cerca de cento e quinze espécies de peixes, dando origem a ciência da ictiologia.
Em 1300 d.C., na China, já se desenvolvia o peixe dourado (Carassius auratus). Mantidos em lagos, eram levados para dentro de casa em ocasiões especiais e colocados em grandes tigelas de cerâmica finamente decoradas para serem apreciados.
No século XVI, período das grandes navegações, a criação e manutenção de peixes ornamentais em globos de vidro difundiu-se em toda a Europa ocidental através dos portugueses. Apenas no século XIX surgem os primeiros aquários com o formato que conhecemos hoje. Até então, só há registros de peixes criados em frascos de vidro.
Então por que não posso ter um peixe em uma tigela/vaso/bowl?
Estamos no século XXI. Depois de anos de desenvolvimento da ciência em tantos campos, sabemos o que acontece quando mantemos um peixe em um pequeno recipiente. Sabemos sobre o ciclo do nitrogênio, como as bactérias nitrificantes se comportam, porque a água turva e apresenta odores desagradáveis quando não é mantida adequadamente.
Fabricam-se tanques/aquários de várias proporções e muitos equipamentos e suplementos foram desenvolvidos para melhorar a vida destes animais. E a partir deste conhecimento é que sabemos como uma montagem e manutenção de qualidade revertem em benefício para o peixe, algo quase impossível de se obter em um recipiente pequeno e sem um filtro.
O segundo peixe em questão é o Betta (Betta splendens), com base no mito de que vivem em poças de água e na verdade de que podem usar o oxigênio atmosférico em sua respiração. Estes peixes têm sua origem em águas quentes e pantanosas de grandes arrozais. O recipiente de vidro não pode ser aquecido de forma fácil e em água fria o betta tende a ficar apático, contrair doenças e morrer. Precisam de espaço e água de boa qualidade para que sua longas nadadeiras se desenvolvam sem infecções.
Há uma exceção à regra que são os aquários conhecidos como natural planted tank (NPT) ou el natural, com técnica de montagem e manutenção desenvolvidas por Diane Walstad. Sem entrar em detalhes, baseia-se em uma grande densidade de plantas, limitadíssima quantidade de peixes (de pequeno porte, que não produzam muitos resíduos) e, conforme a ideia original, sem o uso de qualquer equipamento. Kinguios não se enquadram nessa categoria! Muitas vezes, os tanques montados com este método têm filtragem mecânica, deixando de ser isentos de equipamentos.
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Conclusão
Um aquário definidamente não é um lar adequado para o peixe e por isso devemos nos aproximar o máximo possível das condições naturais em que vive quando montamos o tanque. Então evite aquários pequenos. Imagine como você ficaria em um local tão limitado. É uma vida que depende totalmente de seu cuidado, respeite!
Para evitar que os aspirantes usem “recipientes” como aquário para Kinguio, abaixo vou mostrar 10 imagens para reutilizar esses recipientes de outra forma, um pouco mais natural do que estamos acostumados ver. A nossa sugestão de fauna são pequenos invertebrados ou Bettas.
1- Pequenos recipientes plantados com 0.5L, 3L e 4L. (Créditos Oleg Foht)
2- Pequeno ternário. (Montagem Biorbair)
3- Para deixar seu Betta um pouco mais feliz, que tal plantas? (Créditos no link)
4- Iwagumi em um aquário redondo para Red Cherries (Créditos Rastaman)
5- Terrário temático (Créditos: Terrarium Scene)
6- Aquário plantado redondo de 12L sem fauna (Créditos no link)
7 – Gostei desse, foi usado a técnica DSM (Créditos: Idleivey)
8- Mais um Iwagumi! (Créditos e o passo a passo no link)
9- Pequeno “lago”
10 -Plantadinho (Créditos: Sensuous)
Bônus!
By Oleg Foht
Referências: The Aquarium Wiki
Adaptação e revisão: André Albuquerque e Solange Nalenvajko