É com o lema acima que o Instituto Larus vem fazendo um trabalho primoroso na conservação e conscientização da área aquática marinha em Santa Catarina. O AquaA3 tem a missão de educar e conscientizar os aquaristas em relação ao nosso meio ambiente, o mergulhador Daniel Stoupin relata que seu vídeo Slow Life tem sido compartilhado por centenas de aquaristas, no mesmo texto ele fala que o desejo de ter algo bonito em casa e possuir coisas extravagantes é geralmente mais forte do que o desejo de contribuir para a proteção ambiental. O que você tem feito pelo o meio Ambiente?
Graças aos bons ventos, ainda há pessoas empenhadas na proteção dessa área no Brasil, o mergulhador Alcides Dutra e cofundador do Instituto Larus, nos enviou esse texto (abaixo) bem interessante sobre os verdadeiros monstros do mar.
Em condições normais, a Ilha de Santa Catarina e ilhas circundantes integram um sistema que pode contribuir para uma considerável produção pesqueira, mas atualmente esta potencialidade está seriamente comprometida. A falência da pesca tradicional não é causada somente pela super explotação dos estoques, pela pesca predatória, e tampouco a solução se dá pela melhor instrução e aparelhamento dos pescadores, barcos, etc. A falência da pesca passa por tudo isto, mas tem também outra causa ainda mais grave, que só pode ser entendida quando ingressamos no mundo submarino e na “casa” dos peixes. Só assim passamos a entender melhor as causas da falência da pesca.
A atividade pesqueira depende do aporte contínuo de peixes, e isso não acontece por milagre. Quando são pescados, os peixes não são repostos como num videogame. Os sobreviventes precisam de segurança para se reproduzirem e crescerem, e para isso buscam locais com condições adequadas no mar. Por instinto, peixes relacionam redes, linhas, nylon, cordas, poitas, chumbadas, anzóis, etc, com ameaças. Eles se estressam, afastam-se, e dificilmente se reproduzem onde isto esteja presente. Mesmo os peixes jovens parecem obedecer a estes instintos, e evitam locais onde a paisagem tenha estas características.
Quando percorremos o entorno da Ilha de Santa Catarina e ilhas circundantes, ficamos impressionados com inúmeros segmentos de redes, alguns com muitas dezenas de metros, perdidas no fundo. Muitas vezes elas continuam pescando, e podem estar matando animais diuturnamente, por décadas, sem trazer benefícios a ninguém. Boa parte da falência da pesca deve-se a estas armadilhas macabras que transformam paraísos marinhos em cenários de terror. Muitos abrigos, tocas, fendas e cavernas, que deveriam estar ricos em peixes, têm por perto em grande quantidade, algum tipo de linha de nylon, chumbo, anzóis, e toda sorte de cordas e âncoras enferrujadas.
Boa parte dos peixes que sustentam a atividade pesqueira provêm de deslocamentos migratórios, que não dependem tanto das condições locais de conservação, porém mesmo estes peixes parecem influenciados por sinais propagados no mar. Se as condições de conservação dos ambientes marinhos fossem adequadas, não só as espécies demersais estariam mais presentes, como também as pelágicas, possibilitando a recuperação das populações de peixes, e por consequência, podendo incrementar a atividade pesqueira.
Separamos uma galeria de imagens do mergulhador Francisco Pedro no Farol da Barra (Bahia), veja o que ele encontra por lá!
“Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.” – O Fundo da Folia
Qual é o verdadeiro monstro do mar?
[box type=”success” ]Alcides Dutra é mergulhador, fotógrafo e cofundador do Instituto Larus, tem um trabalho de consciêntização e preservação do meio ambiente aquático marinho. Faça como o Alcides e colabore conosco ou ajude a aperfeiçoar esse material. Utilize o campo de comentários para interagir sobre esse assunto. [/box]