[box type=”note”] A Grande Barreira de Coral australiana é uma imensa faixa de corais composta por cerca de 2900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral, situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-Nova Guiné, que possui 2.300 quilômetros de comprimento, com largura variando de 20 km a 240 km. A Grande Barreira de coral pode ser vista do espaço e é a maior estrutura do mundo feita unicamente por organismos vivos. As estruturas do recifes são compostas por milhares de milhões de minúsculos organismos, conhecidos como pólipos de coral. Ela suporta uma grande biodiversidade e foi eleita um dos patrimônios mundiais da Humanidade em 1981. [/box]

A Austrália anunciou no dia 12 de Junho, estar confiante de que a Grande Barreira de Corais conseguirá evitar um rebaixamento como local do Patrimônio Mundial, depois que um novo informe demonstrou que os poluentes que contaminam a água foram significativamente reduzidos. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) tinha alertado que sem uma ação sobre a qualidade da água e com o desenvolvimento costeiro, o recife, que cobre uma área quase do tamanho do Japão, seria declarado “Patrimônio Mundial em Perigo”.

Grande Barreira de Coral

Foto: Silvia Picello

O ministro do Meio Ambiente do Estado de Queensland, Andrew Powell, anunciou o avanço durante a divulgação de um relatório do governo sobre ações tomadas para melhorar a qualidade da água desde 2009. “Eu não esperava que isso fosse acontecer”, disse a respeito de um potencial rebaixamento da ONU. “Provavelmente faríamos sucesso, porque os fatos apontavam para isto. O coral agora está no caminho de uma melhora de longo prazo”, acrescentou. O informe, que Powell apresentará em uma reunião em Doha no final deste mês, mostra reduções em poluentes-chave, inclusive no escoamento de sedimentos e pesticidas, devido a práticas mais adequadas de gestão de terras.

“No que diz respeito à carga de pesticidas, nós a reduzimos em 28% em toda a área do recife”, afirmou Powell. “Em termos de nitrogênio, que é o que causa aqueles afloramentos de estrelas-do-mar coroa de espinhos, nós o reduzimos em 16% no total”, continuou, em alusão a uma espécie devoradora de corais. Embora a melhora na qualidade da água tenha sido alcançada, Powell admitiu que a saúde em geral do coral ainda precisa de mais trabalho.

“O panorama nesse informe ainda sugere que é pobre e consistente com o fato de que tivemos muitas décadas de desastres naturais, mas também de práticas agrícolas e escoamento superficial”, afirmou. O relatório tratou apenas de questões relativas à qualidade da água, e não ao desenvolvimento portuário vinculado à mineração. Segundo os ambientalistas, isso pode acelerar a morte do coral.

Tem gerado uma preocupação particular a aprovação, em dezembro, pelo governo, da grande expansão de um porto de carvão na região, que permitiria o despejo de milhões de toneladas de dejetos nas águas do parque marinho. O diretor-executivo do WWF Austrália, Dermot O’Gorman, criticou o relatório por não conseguir destacar o que é necessário para salvar o coral.

Fonte: UOL/Wikipedia